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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Caros Professores,



Na pesquisa "Sucesso e fracasso escolar: uma questão de gênero", a pesquisadora Marília Pinto de Carvalho cita: "Para concluir, gostaria de reafirmar por que o gênero deve ser colocado como uma discussão central para o debate educacional hoje. Seja na escola, na sala de aula, na formulação de políticas públicas, seja na pesquisa acadêmica, dois temas atualmente são cruciais, e o são porque têm um reflexo social muito grande. Um deles é o fracasso escolar, e o outro, que me parece fortemente articulado ao primeiro, é a questão da violência no âmbito da escola, um tema que se vincula aos debates sobre a juventude e a violência social como um todo."



Faça um reflexão, considerando a discussão do fracasso escolar dos meninos e a violência nas escolas, citados na pesquisa.






Neide.


PCOP-Sociologia                   

8 comentários:

  1. http://anrran.blogspot.com/2010/10/um-novo-heroi-brasileiro-macunaima-ja.html

    Aí nest link acima (copie-o e cole-o em seu buscador) faço auto-publicidade - em um livro que discute estas questões por outro viés - aliás, transcende o viés discussional simplista e reducionista proposto pela professsora que discute a crise da educação - e o fracasso escolar - pela ótica restrita da desigualdade entre gêneros - sem aprofundar o que significa ser menino ou menina pobre, discriminado(a), negr(a)o, pardo(a), branc(a)o ou sem cor - num país de restrições e cultura cartorialista, oligárquico e recém saído da escravidão (110 anos históricos é muito pouco - os preconceitos tem mais raízes do que as virtudes - Voltaire).

    "Plurimulietnocultural", como diriam os alemães e seus vocativos e ablativos linguísticos - portanto, carregado de pré-conceitos, o país é o que é e não se sabe, nunca teve antes a oportunidade de sonhar acordado, e quando começa a se descobrir sofre um avesso proposto pelas elites temerosas e reacionárias.

    Tanto já fizeram que introjetaram seu veneno e tem em seus 'inferiores' hieráqrquicos, mantidos em prudente distância de seus bairros/burgos chiques e fortificados, uma fração animalizada e agressiva que mal sabe orientar suas dores e anseios para a fonte de suas mazelas - brigam uns com os outros, exploram-se promiscuamente e se drogam; e para eles existe a polícia, o braço armado do poder e todo o jogo ideológico patrocinado pelo Estado (ou uma facção deste) que a propõe e expõe como única arma efetiva capaz de domesticar e apaziguar os ânimos entre as camadas mais pobres da sociedade, emboladas em sua dinâmica própria existencial - chicote contra escravos, cassetetes e bombas de gás contra a população de baixa renda, deseducada, e o código penal (curioso, não é um código de condutas, é um código de reprimendas, um sumário de castigos a serem aplicados - uma bula de maldades)contra o pobre. Mudou pouco, ainda, o panorama do exercício de poder e os modelos de ocupação utilizados para cobrança de impostos, distribuídos geopoliticamente nos bairros da periferia (paulistana, pelo menos) de acordo com cartilha seiscentista, distantes pelo menos de 14 a 20 quilômetos dos centros pujantes.

    Segue o modelo comum: igrejas, botecos, salões de beleza, delegacia ou posto policial, depois mais igrejas, botecos, salões de beleza, tem uma lotérica e um bazar entre as casas de 2 andares sem acabamento e tijos aparentes...Você já passeou durante o dia em bairros como Jardim Fontális, sabe quem são os moraores dos Cingapuras e demais favelas de concreto, etc?

    O estado e os aparelhos sociais estão por lá exclusivamente representados por uma viatura de polícia, ou carro de bombeiros, em dia de calamidade, ou, no limite pelo carro volante do poupa-tempo que errou o caminho..

    Se aquela população quiser saber um pouco da vida arejada da média burguesia - cinema, shopping, banco comercial, lojas e farmácias, hospitais, escolas, teatros etc...terá de tomar um ou mais ônibus e se puder, ou existi por perto, um trem ou metrô.

    Não é só uma questão de ser homem ou mulher, ou meio termo, aprovação automática e reprovação efetiva na vida - o buraco é muito mais embaixo...é o inferno antes da vida - ou o estado ocupa estes espaços com equipamento social e promove ações de desenvolvimento sócio-político e econômico nestas áreas sociodegradadas, ecoimprodutiva (e porque não vice-e versa?) ou terá de contratar sempre mais polícia e investir em mais armamento pesado. E aí mano livros e cadernos resolvem pouco nesta hora! Nem o rap salva...deixa o funk das cachorras e o bonde do tigrão rolar solto entre pó e fumaça! Falou?

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  2. A violência escolar é preocupante, a cada ano, os casos tem crescido, e o professor fica no meio de um fogo cruzado, onde precisa ser o pacificador de algo que é bem complexo, e precisa ser pesquisado e estudado, para que haja uma solução.
    Os meninos estão muito mais agressivos, e esta agressão não é só de chutes e pontapés(é o que eles mais fazem), a questão de ofender com palavras a masculinidade e a família, deixa-os totalmente fora de si.
    Alguns estudos apontam falta da figura do pai,porém, acredito que as motivações são outras, e precisam ser levantadas para que se conheça a raiz de tanta intolerância.
    Concordo com o estudo da professora, o fracasso escolar e a questão da violência escolar precisam sim, entrar na pauta de urgência de estudos e debates sobre a juventude e a violencia social como um todo.

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  3. Primeiramente, concordo plenamente com a pesquisadora Marília Pinto de Carvalho que "o fracasso escolar dos meninos e a violência nas escolas” são questões centrais para o debate educacional. Além disso, percebi que no ambiente escolar os estereótipos acabam sendo colocado em circulação através do discurso humorístico e que muitas motivam intolerância, agressão, ou seja, violência escolar percebi que no ambiente escolar os padrões de gênero são construídos e reproduzidos de forma diferenciada. Além disso, observei que os papéis de gênero não são neutros, estáveis ou homogêneos, mas são questionados e pode ser alterados. Infelizmente, reconheço que na escola estes estereótipos acabam sendo colocado em circulação através do discurso humorístico e que motivam intolerância, agressão, ou seja, violência escolar. Por outro lado, no espaço escolar os gêneros devem ser confrontados e as representações estereotipadas devem ser desconstruídas. Em suma, como a professora Elisete também acredito que o assunto é muito complexo, e precisa ser pesquisado e estudado, para que haja solução!

    Lázaro Marcelo dos Passos

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  4. Acredito que o fracasso escolar e a violencia dentro da escola são fatores que partem ja dentro da casa do aluno. Os meninos, desde cedo, sofrem com a "transferencia de responsabilidades". Muitas vezes o pai tem problemas com drogras, alcool, e, portanto, falta de emprego, então o menino se ve como responsavel pelo papel que deveria ser exercido pelo pai. A partir dai, ele começa a procurar formas de ganhar dinheiro e pessoas que possam o ajudar. Porem, nesta etapa, o aluno conhece pessoas que não o ajudam da maneira mais correta, e suas espectativas sao transferidas para a violencia, dentro e fora de casa -portanto na escola. Então a escola começa tomar parte da vida deste aluno, ficando sob a responsabilidade do professor mediar a relação aluno-agressividade, desmotivando-o a cometer atos violentos.
    Por esta razão, concordo com a pesquisadora Marília Pinto, que diz que este tema deve ser trabalhado mais a fundo para podermos chegar em uma solução eficiente.

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  5. O que chama a atenção na pesquisa da Marília Pinto de Carvalho é associar a evasão escolar por parte dos meninos, que é maior que a evasão feminina, à falta de identificação com o ambiente escolar, que é feminino. A maioria dos professores são mulheres e a aprendizagem nesse ambiente exige uma certa submissão mais comumente associada socialmente ao gênero feminino. Nesse sentido o menino que gosta de estudar é visto como efeminado e acaba sofrendo violências físicas, verbais e psicológicas dos colegas o que contribui para que ele não se sinta parte daquele lugar e acabe optando por abandoná-lo.

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  6. Da palestra do professor André sobre gênero, destaco duas coisas importantes: primeiro é a questão da metafísica que afasta os gêneros e os impõem deveres e obrigações que não podem ser compartilhados pelo outro gênero e o principal, a completa indiferença e negação dos “excluídos” que nasceram sob um gênero, mas por várias razões, tem seu psíquico e a sua anatomia direcionado para o outro, no caso as lésbicas, os homossexuais e até os bissexuais, condenando-os como se possuíssem uma grave doença ou os considerando pervertidos, imortais e despudorados.
    Meu segundo ponto refere-se a demonstração de Lênin, apresentado pelo professor André, onde aquele não diferencia os gêneros, negando-os em vista do Estado. O mais importante é o Estado e depois disso são as participações e obrigações de homens e mulheres nele. Não se vê mais uma diferença nítida entre gêneros.
    Como se vê, nem a visão mítico-religiosa e nem a visão de um Estado autoritário são autoridades verdadeiramente legítimas para classificar os gêneros. Se em uma, a ligação entre os gêneros não é aconselhada, pois cada um deve cumprir seu dever, no outro os gêneros são anulados pela obrigação ao cumprimento das ordens do Estado.
    Esquecem-se que cada indivíduo é único, e por isso não deve ser limitado por sua categoria de gênero. O individuo faz uma eterna luta por ser uno e múltiplo, inclusive consigo mesmo.
    Por fim, analiso a pesquisa de Marília Pinto de Carvalho onde constata-se que o gênero masculino não se interessa tanto pela educação quanto o gênero feminino por diversos motivos, mas acredito que o mais importante é o que chamaria de tradição, ou ainda mais radicalmente de moral.
    Por que digo tradição ou moral? Devemos pensar que a primeira escola do individuo é a família, e esta família tem suas raízes, ou melhor, tem sua única educação na visão metafísica, na visão mítico-religiosa onde os gêneros são bem definidos e a quebra dessa definição, desses dogmas, é a violação da tradição com todas as suas penas e “carceres”. Não cabe ao individuo viver o gênero, ou os gêneros, isso é feito pelo simples fato de se possuir um pouco mais de carne e nervos ou não, essa anatomia é que define o modo de ser do individuo.
    Trair a visão mítico-religiosa, em relação ao gênero é o que conhecemos como “sair do armário”? Acredito que em nosso mundo contemporâneo não é esse o caso. A globalização nos faz necessitar, e esse é o verbo correto, de atuarmos nos dois gêneros segundo a visão mítico-religiosa. Não cabe mais ao masculino tarefas próprias como assegurar o sustento da família, o gênero feminino já o faz e muito bem. Não devemos chama de “jornada dupla feminina” devemos sim propagar a “jornada dupla” de todos os gêneros, sem rotular qualquer gênero por suas funções ou acumulo de funções.
    Necessário se faz, antes na família e depois com os educadores, acabar com esses dogmas e rotulações. Com a visão da família não mais voltada para a moral (tradição), os “meninos” irão se dedicar mais a educação sem o rótulo pejorativo de “saída do armário”.

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  7. Nesta discussão vou fazer assim, vou pedir a ajuda das placas...

    É claro que minhas placas seriam Foucault - Microfísica do Poder, especificamente o conceito poder. E Heidegger - Ser e Tempo, em que o conceito aqui é publicidade. Neles podemos perceber que gênero masculino tão acusado de inferiorizar está sendo aos poucos inferiorizado e domínado pelo gênero feminino, que com base em um discurso humanista está deixando de ter respeito pelo gênero masculino.
    Há entre os gêneros tolerância, quando deveria existir respeito.

    Bem só postei para apimentar a discussão, mas ainda é uma incognita para mim a resposta desta falta de respeito entre os gêneros. Será que a vida conjugal está por um fio? (risos) Sabemos que não! Mas qual é o futuro dos nossos adolescentes? Bater na mulher e achar que é a melhor maneira? Procurar por homens para sentir-se bem? Bem são algumas das minhas questões... Seu ainda tiver tempo, prometo postar as respostas que chegar.

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  8. A violência permeia nossa sociedade, pois vivemos num mundo doente! A corrida em busca do prazer, do dinheiro e da satisfação pessoal faz com que o homem se desumanize e viva pelos instintos primários. Muitas canções confundem sexo com amor. Outras fazem apologia às drogas. Novelas aplaudem a homossexualidade, cria “emos”, difunde a ganância, o poder, o fim dos casamentos e a vivência da sexualidade em quaisquer circunstâncias, a paixão desenfreada em substituição ao amor puro, sincero e verdadeiro. Resultado: uma sociedade sem paradigmas, referenciais concretos de amor, amizade, respeito, cidadania e patriotismo. O bom é ser “esperto”! O bonito é ser mulher de traficante! O bonito é ver o policial refém dos bandidos, estupradores, sequestradores! Fala-se em direitos humanos. Para quem?
    A escola nada mais é do que um depósito de pessoas que não recebem educação, amor e carinho em casa. Filhos do prazer e da irresponsabilidade de pais vazios. Onde isso vai nos levar?

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