Quem somos

O objetivo deste blog é possibilitar a interação entre a Oficina e as Escolas. Através desta ferramenta divulgaremos informações, eventos pedagógicos e realizaremos discussões que possam trazer contribuições para o cotidiano escolar.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Caros Professores,

Façam uma reflexão sobre a questão da invisibilidade a partir do filme "Domésticas, o filme" e da palestra da Ms. Luanda, considerando a realidade das nossas escolas.

Neide
PCOP-Sociologia

10 comentários:

  1. Eu começo a pensar o filme etimologicamente assim – domus, doméstica, domicílio, domesticar, domar... “Para dentro de meu território pessoal só entra, e só permito agir (interagir, às vezes) sobre/no meu espaço o que é domado, já domesticado; doméstico que saiba e possa cuidar do meu domus (a reclusão de minha intimidade – fundamentalmente, por ser este o lugar onde o EU se expressa com maior intensidade.) Quem eu deixo entrar em minha casa para cuidar de minhas coisas, comida, roupas, e, às vezes, meu marido e meus filhos”. Percebeu o risco que se corre?...mais em http://www.anrran.blogspot.com - Anrram Mr. Volmer

    ResponderExcluir
  2. O filme "Domésticas” tem humor e várias histórias paralelas de um grupo de domesticas protagonistas que são onde todas tem sonhos distintos mas vivem a mesma realidade e esse sonho encontra barreiras na sociedade. Por outro lado, o filme também apresenta uma reflexão sobre a questão da invisibilidade social que é um conceito aplicado a seres socialmente invisíveis, seja pela indiferença ou pelo preconceito. Além disso, considerando realidade das nossas escolas e como base a palestra da Ms. Luanda acredito que os processos educativos contribuir muito para formar alunos-cidadãos dignos e autônomos, protagonistas de seu processo de desenvolvimento e aprendizagem para ser visíveis e mostrar que existem e que têm algo a oferecer para a sociedade... e para a mobilização e organização da minoria discriminada.

    Lázaro Marcelo dos Passos

    ResponderExcluir
  3. O filme "domésticas" explora com sutileza o cotidiano e a realidade das empregadas domésticas neste país de contrastes.
    Pessoas de condição social inferior, porém ricas na capacidade de superar preconceitos e a grande indiferença da sociedade; bem pontuado pelo professor Lázaro quando aponta a "invisibilidade social" destas pessoas, por causa principalmente de sua classe social, são pobres, e o indivíduo pobre neste país, não tem voz nem vez.
    A palestra da prof. Luanda veio demonstrar para mim, a invisibilidade que alguns indivíduos têm, mais que outros, ou por sua classe social, ou por seu poder de dominação, seria uma visão escópica? só vejo o que me convém, ou me interessa? Sei lá... Só sei que foi bom, deu para abrir um pouco mais o conhecimento e deixar fluir o professor reflexivo, que certamente levará para a sala de aula algumas questões apresentadas, como o especismo, a banalidade do mal em nossa sociedade, os atos de intolerância que estão crescendo de forma assustadora.

    ResponderExcluir
  4. Em conversa realizada com a Ms. Luanda ápos o termino da palestra sobre especismo, disse a ela que, apesar de acompanhar o pensamento dos outros professores me ative mais a uma visão diferente do que estavamos tratando, achei formidável quando ela disse "não interessa que o animal não pense, interessa o que o animal sente." Isso me reportou a época que trabalhava em Pet Shop, onde presenciava desde o tratador que tem o animal como uma "pessoa muito importante" e que diz preferir o animal ao ser humano até os casos de maus tratos, onde encontrava os animais cheios de nós, feridos e estressados, em alguns casos o "cuidador" ainda reclamava das condições de seu cachorro. A estes animais, principalmente os com nós, davamos o nome de "natalinos", pois parecia que vinham ao banho e tosa somente uma vez por ano.

    ResponderExcluir
  5. ah@ sem falar o sucesso musical de Paul MaCartney (é assim?) - Live and Let Die - que pode ser traduzido poeticamente como: Quem, eu me preocupar? É mais fácil ocupar-se, e dar sentido à vida pelas ações - o que de fato conforma um humano - do que teorizar de dentro da caverna (´útero confortável') de onde poucos saem - agir localmente e pensar globalmente - eu tiro alunos da sala de aula e os levo para ação coletiva nas quais aprendam e apreendam um pouco mais da realidade e possam sonhar sentido dores nas pernas, nos músculos e suaves melodias e ritmos pairando em suas mentes...FC10 = Esportes, Cultura e Cidadania - eu dirijo este projeto.

    ResponderExcluir
  6. O filme a doméstica mostra a realidade de um grupo, função embora digna mas ainda discriminada pela maioria da sociedade. Percebi que mesmo vivendo uma realidade desvalorizada,fica nítida o desejo,a ansiedade de superar essas barreiras que muitas vezes são impostas pela desigualdade social.Acho que deve ser trabalhado em sala de aula,levando o professor eo aluno a reflexão e conscientização quanto os valores e oportunidades.qunto ao filme passado pela Luanda, peço desculpas,devido o sofrimento dos animais não consegui fixar a atenção. mas o que diexou bem claro a qustão do sentimento.Refleti muito no per´iodo de iunternação de minha cachorrinha Paty a questão do sentir e não do pensar.Por isso concordo quando a Luanda disse: não importa que o animal não pense e sim o que ele sente.
    Ana Flora

    ResponderExcluir
  7. O filme “domésticas” permite discutir como certas ocupações são desvalorizadas em nossa sociedade tornando as pessoas que as executam invisíveis. É o caso do personagem Gilvan que nunca é chamado corretamente pelo nome o que faz com que se rebele contra seus patrões. O vídeo mostra também que as domésticas são pessoas que possuem sonhos e ambições ignoradas por aqueles que as contratam. O filme faz lembrar certo pesquisador da USP que se vestiu de gari para trabalhar na universidade e não foi reconhecido pelos seus professores e colegas pesquisadores, mostrando que aquele uniforme o tornava invisível, estigmatizava a pessoa como insignificante.

    ResponderExcluir
  8. O filme "Domésticas" me faz pensar na TV Democrática em que todo cidadão pagante de impostos e trabalhador (estudar é uma forma de trabalho também, ruim, mas é) pode ter direito a aparecer durante um minuto na telinha para chorar as suas pitangas e sair do anonimato - "Ui, eu quero ser visível - olhem para mim, mamãe, tõ na tv... - já que meu pai, minha mãe, meus irmãos, outros homens e/ou mulheres não me notam - e quando chegar a primavera eu queria desabrochar como celebridade, num em flor na passarela do samba, na sapucaí, na Globo, e ser fecundada e cumprir minha função biológica (ai, as bibas vão ficar assanhadíssimas!)e ganhar muito dinheiro e ser cobiçada(o) por muitos...É o mundo das domésticas retratado por um burguês esperto que viu nos pobres e deseducados a possibilidade de ganhar algum dinheiro ao falar deles - queria ver um filme assim: Empregadas, graças a Deus! E por isso não passando fome, ainda, feias, ignorantes e faveladas fazem filme sobre a sua realidade com orçamento baixo e recursos próprios e faturam os prêmios "Panela de Ouro" e "Palhinhas de Aço" do festival de cinema de Inhocuné.

    Será que humor é burguês? Porque não vi nenhuma daquelas empregadas, mesmo as do filme, sorrindo, a não ser quando se enganavam ou fingiam não saber de sua condição.

    ResponderExcluir
  9. Abordando o tema a partir do gênero feminino, apesar de não ser o único ponto apresentado no filme. Trago para a discussão um livro que estava lendo esta semana: Por uma História da Mulher escrito por uma historiadora apresenta um panorama dos estudos e avanços que incorporam a mulher. A mulher sempre foi algo fundamental na família, como geradora da vida, como dona do lar, como primeira fonte de conhecimento para o ser humano. Entretanto, esta importância só é pensada e respeitada em 1970 quando a ONU instaura o Ano Internacional da Mulher. Ao longo do tempo, o feminismo sempre tentou ser respeitado. A visibilidade da mulher é inicialmente conquistada através de estudos que denunciavam que a mulher dentro das diferentes sociedades era considerada inferior ao homem ou a mulher como um não-ser-homem. A partir de 1970, com a instauração do Ano Internacional da Mulher, há mulher possui visibilidade dentro de todos os campos e não somente dos estudos acadêmicos.
    Com as modificações sociais a mulher adquiriu espaços fora do lar e consequentemente visibilidade, infelizmente a duras penas, ou seja, mesmo exercendo a mesma atividade profissional que lhe foi acrescida na tarefa doméstica (e não dividida), a mulher vem sendo vislumbrada como inferior ou subalterna, tendo baixos salários comparados ao homem, alem de diferentes condições de trabalho. As mulheres foram adquirindo aos poucos espaços dentro da sociedade seja através de greves ou passeatas.
    Os estudos sobre a mulher é explicada pela redefinição política, em que o poder das instituições se desloca para o cotidiano e para o campo do privado, não mais do publico coletivo. Ao adquirir espaços dentro do cotidiano, principalmente no ambiente do trabalho, as mulheres enfatizaram suas lutas feministas e seu caráter invisível dentro da sociedade. A mulher é a mãe que dá a luz a criança, é a senhora que cria e é a renda do lar.
    A historiografia se preocupa também com os elementos que definem os conceitos de gênero e o poder do gênero masculino sobre o feminino. Ainda sobre a questão da historiografia a historiadora apresenta uma dificuldade recorrente ao estudo sobre o feminino que é a fragmentação de fatos particulares dentro do coletivo. A interpretação do que é mulher, afirma a historiadora, é culturalmente construído e são através das ações sociais e hábitos masculinos e femininos que vão se formando e se revelando.
    Neste século, as perspectivas e problemas dos recentes estudos acerca do gênero feminino abrem inúmeras possibilidades e controvérsias, abrindo um debate fértil sobre o gênero. A historiadora aponta ainda para problemas muito sérios como as fontes e métodos utilizados nesta exposição e analise.
    A historiadora aponta para a tentativa de valorização do gênero feminino e para o cuidado na abordagem do tema. O livro com cinquenta e sete paginas é um ensaio muito rico em detalhes e fatos chaves para a história da mulher. Além disso, tem um vasto referencial teórico para qualquer pesquisador passar anos utilizando.

    ResponderExcluir
  10. É extremamente comum passar em uma rua e não reparar em um morador de rua, um garoto pedindo esmolas no semáforo, um gari varrendo as ruas, o vovô sentado na calçada sozinho, os aposentados na fila da Caixa Econômica Federal aguardando para receber seu vale coxinha etc e etc! A indiferença toma conta do ser humano que se animaliza com o passar dos tempos. Sua tendência é fechar-se na caverna do Orkut, Tweeter, Facebook, etc, onde se cria um mundo à parte. Estes meios de comunicação geniais acabam tornando-se instrumentos de falsidade e que afastam as pessoas da convivência social. Poderia ser ao contrário, mas infelizmente não é!
    Penso que o filme “domésticas” nos ajuda a enquadrar essa realidade de outras formas e revelar estas cenas ocultas de propósito pelo nosso egocentrismo e indiferença! Inclusive, penso que este é o grande desafio do século e, se não vencermos tal etapa, voltaremos a ser trogloditas irascíveis!!!

    ResponderExcluir